Moro em Vitória e sempre quis subir o Mestre Álvaro e sempre ouvi histórias de colegas que subiram e me recomendavam fazer o mesmo. Finalmente, decidi que iria subir, mas antes há a dura missão de encontrar amigos dispostos também, afinal a primeira recomendação que ouvia era subir em grupo pois há assaltos na região. Pois bem, devo ter chamado uns 30 colegas pelo menos, liguei, mandei mensagem, argumentei e no final consegui reunir um grupo com 4 pessoas somente. Não era o ideal, mas resolvemos tentar ir assim mesmo.
A data combinada era Domingo, 24 de Outubro de 2010, 8 horas da manhã no posto em frente a UFES. Na hora marcada, nos encontramos no posto - Eu, Bernardo, Natália e Luciano - e fomos para o ponto de ônibus, pegamos o 506 - T. Laranjeiras.
No ônibus em direção ao terminal, o Luciano vira para mim e diz: "Ae, vamos tirar uma foto daquele morro e dizer que é o Mestre Álvaro (apontando para o morro)" e eu respondo: "Aquele é o Mestre Álvaro, luciano". O grupo não tinha muito conhecimento do local, pois era a primeira vez de todos.
Começamos a caminhar, não há erro, é só ir em direção a Montanha - só não suba a favela à direita. Você anda quase 1 km até chegar ao pé do morro e avista a primeira placa "Trilha Principal", há uma bifurcação, siga à esquerda e subindo mais um pouco você chegará em outra bifurcação, siga à esquerda novamente. Após isso, é bem fácil seguir a trilha e há placas por toda a trilha dizendo o nome do local, altura e distância. Se você está a algum tempo sem avistar nenhuma placa, provalvemente saiu da trilha principal.
A trilha é bem puxada e por isso paramos bastante para descansar e aproveitavamos para tirar fotos e curtir a paisagem que desde os primeiros metros já se mostrava incrível. Andamos muito tempo por mais de 2 horas e quando pensavamos que já estavamos chegando, encontramos uma placa que dizia "Metade do Percurso". Impossível, pensávamos, não aguento subir outra metade dessa. Nisso uma família estava descendo e perguntamos se aquela placa não era algum tipo de brincadeira e não era, porém eles nos disseram que até ali a trilha era difícil porém a segunda parte era mais fácil.
Cansados, sujos e com as pernas doendo, andamos até a Igreja Central para pegar um ônibus para o Terminal de Laranjeiras, pois lá passam mais linhas. Fizemos o caminho contrário e chegamos por volta de 18 horas em casa em Jardim da Penha.
Recomendações:
O que levar:
- mochila;
- protetor solar;
- boné ou chapéu;
- alimentos leves (frutas, biscoitos, sanduiches);
- MUITAAAAA água, não vá levar uma garrafinha só, leve uns 2 litros de água por pessoa;
- repelente;
- roupas leves e tênis (velho ou apropriado);
- sacos plásticos (supermercado) para levar o lixo embora - é impressionante e lamentável a quantidade de lixo deixado na trilha.
Sobre o Mestre Álvaro:
O Mestre Álvaro é um dos monumentos naturais mais marcantes da Serra. Com seus 833 metros de altitude, domina a planície litorânea, expondo seus contornos a deleite de quem o aprecia de longe e oferecendo seu rico ecossistema à preservação ambiental.
O Mestre Álvaro é considerado uma das maiores elevações litorâneas da costa brasileira e abriga uma das últimas áreas de Mata Atlântica de altitude do Estado. O governo do Estado em 1977, criou o Parque Florestal e a Reserva Ecológica Mestre Álvaro. O parque compreende uma área aproximada de 3.470 hectares, estando assegurada por Lei a proteção integral da fauna, da flora e demais recursos naturais, com utilização para objetivos educacionais, científicos, recreativos e turísticos.

Os antigos moradores da Serra contam que o Mestre Álvaro recebeu este nome porque ali morava um mestre de carpintaria, ou professor, de nome Álvaro e sempre que alguém desejava algum serviço dele, dizia: "Vou no Morro do Mestre Álvaro". Outros explicam que ele serve de orientação aos pescadores, que se sentem seguros de seguirem pelo mar até que mantenham ao alcance dos olhos o topo do mesmo, que chamam de "Mestre Álvaro.”
Veja mais fotos:
Subida Mestre Álvaro - Álbum do Picasa